A mãe do menino Heitor Felipe Moreira de Oliveira, de 9 anos, morto em uma chacina no próprio aniversário, usou as redes sociais para fazer um desabafo sobre a perda do filho. Em uma publicação, na noite desta sexta-feira (24), a jovem, de 27 anos, disse que os criminosos que invadiram a festa não mataram apenas uma pessoa, e sim "a família inteira".
A chacina deixou três mortos e três feridos na cidade de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na noite desta quinta-feira (23). O homem era pai do aniversariante, Heitor Felipe, de 9 anos. Os dois morreram no ataque, junto com uma prima da criança, de 11 anos.
"Para mim, a vida não vai ter mais sentido. Não sou forte o bastante igual pensei que era, filho. Mamãe sempre fez tudo por você, eu queria estar no seu lugar, está doendo tanto. Eles não destruíram só seu pai, mas sim nossa família inteira. Não consigo me conformar, não consigo ser forte. Eu quero que você volte e fale que tudo isso é uma mentira [...]. Deus [vai] me dar forças. Está muito difícil, meu primogênito. Volta, por favor", disse a mãe pelas redes sociais.
Um vídeo registrou o momento do parabéns do menino Heitor Felipe Moreira de Oliveira, de 9 anos, antes de dois homens armados invadirem a festa
As imagens mostram Heitor ao lado do pai. Ele abraça duas mulheres, sopra a vela, e os convidados cantam "com quem será que o Heitor vai casar". O menino parece emocionado, e uma mulher comenta, brincando: "Em todo aniversário ele tem que chorar".
Família canta parabéns para o menino Heitor Felipe antes de chacina em Ribeirão das Neves
De acordo com a avó da criança, Izaltina Luciana Moreira, os suspeitos invadiram o local no fim da festa, quando apenas a família estava presente.
"O carro parou, o portão estava aberto, o pessoal tinha acabado de sair. Desceu um do carro, o outro ficou na porta, o que desceu já começou a atirar sem olhar em quem estava atirando, saiu atirando em todo mundo. A gente ainda avançou no que estava atirando, mas não conseguiu segurar, porque o comparsa dele começou a atirar na nossa direção", contou.
De acordo com a Polícia Militar (PM), o ataque foi um "acerto de contas". O pai de Heitor, Felipe Júnior Moreira Lima, teria envolvimento com o tráfico de drogas no bairro Morro Alto, em Vespasiano, na Grande BH, e seria o alvo dos disparos.
Um dos suspeitos da chacina foi encontrado, baleado, em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Contagem – a polícia suspeita que ele tenha sido atingido durante a festa. O homem recebeu voz de prisão, mas precisou ser transferido para o hospital municipal. O comparsa dele não foi localizado até o momento.
Além de Heitor e do pai dele, a menina Layza Manuelly de Oliveira, de 11 anos, morreu na chacina. Felipe Júnior Moreira Lima foi atingido por 12 disparos, Heitor, por quatro, e Layza, por dois tiros.
Uma adolescente de 13 anos, a mãe dela, de 41, e uma jovem, de 19 anos, também foram baleadas. As vítimas foram levadas para o Hospital Risoleta Neves, em Belo Horizonte. Duas foram liberadas, e uma segue internada.
