Foram semanas com água impedindo a passagem. Após mais de 40 dias nos mais o Laçador só podia ser acessado de barco, o entorno da estátua que simboliza os gaúchos praticamente já não guarda sinais da histórica enchente.
Não há mais água barrenta da enchente, nem o cheiro forte do lodo e do lixo, motivo de reclamações da comunidade do entorno. Até a grama voltou a nascer entre as pedras de cimento que formam o pavimento ao redor da estátua. Os carros já passam em frente e seguem sem seus ocupantes levar junto as inquietantes imagens da destruição.
“No começo do mês passei aqui pela primeira vez desde a enchente. Cheirava a carne podre e dava tristeza”, recorda o motorista de aplicativo Robson Porto, 34 anos.
Nesta quarta-feira, das poucas marcas que persistem junto ao símbolo de Porto Alegre estão no letreiro da parte da frente, ainda em embarrado. Ao fundo, as locadoras de automóveis situadas na Avenida dos Estados, próxima ao antigo terminal do Aeroporto Salgado Filho, trabalham para reabrir.
Entorno do Laçador em maio deste ano | Foto: Jonathas Costa / Especial / CP
No bairro Anchieta, alguns trechos da Avenida Severo Dullius ainda acumulam lixo. Porém, os carros conseguem avançar. Nesta área, ainda comprometida, o cheiro dos resíduos em decomposição é forte.
De acordo com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) a faxina no entorno do Sítio do Laçador ocorreu assim que não havia mais pontos de alagamento na região. Até o momento, foram retiradas mais de 54 toneladas de resíduos das ruas da Capital
Também houve raspagem de lodo acumulado e varrição.
Nesta quarta-feira, a força-tarefa que trabalha para limpar a cidade após a enchente atende a 25 locais.