O maior navio de pesquisa hidrooceanográfico da Marinha do Brasil chegou em Rio Grande no início da tarde desta quinta-feira. A embarcação Vital de Oliveira ficará atracada no estaleiro Rio Grande até o próximo dia 28. O objetivo da ação é a realização de um trabalho para auxiliar nas condições de navegação tanto no Lago Guaíba como na Lagoa dos Patos.

Por este motivo, parte dos técnicos desembarcou na cidade e seguiram para Porto Alegre, por via terrestre, onde embarcam em um navio menor, o balizador Comandante Varella, que já está na capital.

O Capitão de Fragata e Comandante do Vital de Oliveira Leandro dos Santos Novais explica que a embarcação tem cerca de 90 militares e a capacidade de receber até 40 pesquisadores. “Neste momento tem 90 militares. O navio irá atuar na área de operação de Porto Alegre a Rio Grande. Vamos colocar os militares especialistas em hidrografia, oceanografia, meteorologia, geodésia espalhados por estas areas”, relata. O trabalho em campo segue ocorrendo até o dia 28. “ A ideia é coletar informações importantes para poder fazer o planejamento da sondagem batimétrica do canal principal, no trajeto entre Rio Grande e Porto Alegre. É um trabalho extenso, mas os militares são especialistas nisto e vamos poder abreviar no tempo a coleta de informações”, confirma.

O grupo vai atuar por terra, na viatura que tem o apoio do 5º Distrito Naval, pelo mar vamos utilizar o apoio de lancha, de bote e também do navio hidrográfico balizador Comandante Varella, que também é do 5º Distrito Naval. Drones também serão utilizados. “Durante o trabalho vamos poder compilar todas as informações que são importantes para o planejamento da sondagem que está por vir”, relata.

A iniciativa faz parte da primeira fase do processo batimétrico. As informações coletadas serão enviadas a Diretoria de Hidrografia e Navegação que fica no Rio de Janeiro (DHN). “Fizemos uma pré-analise, encaminhamos para a DHN que valida os dados e vai fazer o planejamento do próximo navio que é o Amorim do Valle, que tem o menor calado, podendo navegar em regiões mais rasas. Ele irá mapear melhor”, observa.

O Vital de Oliveira além de ser o maior navio de pesquisa da Marinha e o mais moderno do país com 28 equipamentos científicos. Ele também possui um guincho geológico que vai a oito quilômetros de profundidade e um veículo operado de forma remota, que é um mini submarino. capaz de ir até cinco mil metros de profundidade. “É uma gama de informações para coletar tanto da atmosfera, da superficie do mar, da coluna da água inteira, do solo e do subfundo, ou seja, são bastante dados, por isto iremos fazer o trabalho o mais breve possível”, projeta.

Esta é a primeira fase, do trabalho irá realizar o reconhecimento da situação do balizamento, das boias, do contorno da costa. “ Vamos ver in loco o nível do rio, vamos ver pontos de referência utilizados, uma série de informações que precisamos coletar para que se faça um planejamento, ou seja, é um delineamento da obra do trabalho que será feito”, observa.

O navio compõe o esforço conjunto que a Marinha está fazendo desde abril, quando começaram as enchentes no Estado. “Este trabalho serve tanto .para contribuir com a retomada da navegação da região e também trazer impacto positivo na economia do Estado”, conclui.