O leite materno é o melhor alimento para o bebê, por isso, a cor dourada é relacionada ao seu padrão ouro de qualidade. Agosto Dourado é o nome da campanha que incentiva e esclarece sobre os benefícios da amamentação não apenas para a criança, mas também para a mãe.

Para favorecer e facilitar o processo de aleitamento materno, as mães contam com o apoio da equipe multiprofissional da Maternidade do Hospital de Clínicas. “Na maternidade, buscamos incentivar a amamentação por meio de orientações que facilitam este processo, como: a pega correta do bebê na mama, o posicionamento adequado, o processo de sucção e descida do leite e os cuidados com as mamas para prevenir ou tratar as fissuras nos mamilos e o ingurgitamento mamário.” afirma a enfermeira Ana Luisa Orio.

Além da nutrição para o recém-nascido, o leite materno também é importante para a imunidade, protegendo contra doenças gastrointestinais e reduzindo o risco de alergias e doenças crônicas, além de favorecer o desenvolvimento cognitivo.

Gabriele Wilhelm de Moraes é mãe de primeira viagem do Otávio, que nasceu no mês de agosto no HCPF. A mãe relata que desde a gestação procurou se informar sobre a amamentação e esperava por esta fase. “Este é um momento de conexão, um momento muito importante, além de ser a vitamina primordial para ele nesta fase. Para mim está sendo desafiador, porque é um momento em que a gente está se conectando pela primeira vez após a gestação. A gente vê como é importante este momento porque ele está descobrindo e a gente também está descobrindo.” conta Gabriele.

A enfermeira Ana Luisa explica quais são as fases da amamentação e o impacto no desenvolvimento do bebê. “O aleitamento materno é recomendado até os dois anos de vida ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida do bebê. Dessa forma, o leite materno passa por transformações de acordo com cada etapa de desenvolvimento do bebê. Ele pode ser dividido em três fases: o colostro, produzido pela mulher durante os primeiros cinco dias de vida do bebê, ele é de coloração transparente ou amarelada e possui proteínas e anticorpos fundamentais para a proteção. Já a segunda fase, é o leite de transição, o qual está presente entre o sexto e décimo quinto dia após o nascimento; logo, a mulher passa produzir um leite mais denso rico em gorduras e carboidratos, suprindo mais as necessidades do recém-nascido. Por último, está o leite maduro, o qual é produzido a partir do vigésimo quinto dia e possui aparência mais esbranquiçada e consistente; é composto por proteínas, carboidratos de outros nutrientes.”

O ato de amamentar também traz benefícios para a mãe, auxiliando o retorno uterino e na proteção contra o câncer de mama, ovário e útero. A rede de apoio é parte fundamental neste processo, conforme destaca a enfermeira Ana Luisa Orio “estudos comprovam que as mulheres sem rede de apoio descontinuam a amamentação bem mais rápido. Principalmente porque a rede de apoio vai incentivar a continuidade de várias formas: cuidando da mãe, fazendo atividades enquanto ela amamenta, auxiliando que ela fique confortável enquanto nutre o bebê. O apoio emocional também é muito importante, porque o processo de amamentar pode ter muitos desafios.” pontua.

O vínculo afetivo, intimidade e autoconfiança também são construídos durante e amamentação. “Vale ressaltar que o leite materno não é fraco e a quantidade de leite materno produzida pelo corpo da mulher é ideal e necessária para cada fase de vida do bebê. Além disso, cada experiência de amamentação é única e necessita de uma rede de apoio, portanto, é importante ter um olhar para cada uma delas e identificar as demandas a serem respondidas.” finaliza a enfermeira.