Há seis meses, a rotina de quem vive na Região dos Vales, no Rio Grande do Sul, não é mais a mesma. Em maio, o nível do Rio Taquari atingiu 34 metros, 21 metros acima da cota de inundação. A água subiu muito rápido, dificultando a reação dos moradores.
A tragédia, que afetou outras regiões do estado matou 183 pessoas e deixou outras 27 desaparecidas. Desde então, as lembranças da enchente de maio ainda estão nas ruas que carregam os sinais de onde a água chegou e as marcas permanecem em quem perdeu tudo. Seis meses depois, a vida continua no Vale do Taquari e no Vale do Rio Pardo a partir da resiliência dos moradores da região.
No dia da enchente, Natasha Becker estava na casa da sogra com o marido e o filho Anthony de quatro meses, em Cruzeiro do Sul. O Rio Taquari chegou no teto da residência, só o telhado ficou de fora. Foi lá que a família ficou por três dias, sem comida e água, até ser resgatada por uma equipe de bombeiros. A imagem do salvamento rodou o país.
“Quando a gente ouviu que o helicóptero estava pousando em cima do telhado, a minha primeira reação foi alcançar ele. A primeira coisa que eu fiz foi tirar ele para fora do telhado para o pessoal do helicóptero ver que tinha uma criança e que a nossa prioridade era salvar a criança. Meu medo era que ele caísse na água”, conta Natasha.
A família perdeu a casa, móveis e um carro. Há um mês, Natasha e o marido conseguiram comprar uma casa nova onde vivem hoje com o Anthony, que completou 11 meses. A escolha foi por uma residência em uma área alta de Cruzeiro do Sul.
“A gente agradece todo dia, foi um renascimento. A gente tem muito mais a agradecer do que a relembrar e às vezes lamentar do que aconteceu”, afirma a mãe do Anthony.
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