Integrante da missão gaúcha à Ásia após ter participado da COP 29, em Baku, a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, ajuda o governo a identificar os potenciais do Rio Grande do Sul na transição energética mundial. Na China, assim como a coluna, viu uma postura diferente em relação ao combustível verde. Na matriz do Estado, sua aposta é na eólica, gerada a partir do vento. Após a visita ao centro de pesquisa de Daxing, qual a impressão sobre a aposta da China no hidrogênio verde? Desde que lançamos a política do hidrogênio verde, viemos visitando diferentes "players" (quem participa de determinado mercado). Eu, pessoalmente, estive na Espanha, onde estão focados na produção do hidrogênio verde, desde a fonte energética até o produto final. Aqui, temos um protótipo diferente, onde temos uma especialização e um norte para pesquisas em produção, armazenamento e usos do hidrogênio, não necessariamente o verde. É importante vermos as diversificações. Se tem a eletricidade, por que apostar no hidrogênio verde, caro para desenvolver e fabricar, além de precisar de muita energia para ser produzido? Veículos elétricos já passaram por diversas fases, com vários problemas apontados, não só na segurança, mas também no descarte e durabilidade das baterias. No Rio Grande do Sul, em especial, temos outras fontes importantes para serem agregadas, como o biogás e o biodiesel. O hidrogênio verde, de fato, se utiliza muito de energia, por isso que o Rio Grande do Sul é potencial, porque temos um forte potencial energético. É uma alternativa, mas ainda buscamos um equilíbrio de mercado. Não esquecemos de nossas outras potencialidades com energias também renováveis, como é o caso do etanol. Estamos com várias plantas de origem de cereais que poderiam e devem ser incluídas na cadeia. Em um exercício de futurologia, como será a matriz energética renovável do Rio Grande do Sul? Hoje, já contempla muito de hídrica, mas acho que temos um forte potencial eólico inshore e offshore (com aerogeradores em terra e em água). A minha aposta é que a maioria seja composta por esta fonte energética. Vamos precisar do crescimento da eólica para poder ter o hidrogênio verde. Cada vez mais vai se reduzir o que não é renovável, substituindo por essas cadeias adicionais.
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