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Inaugurado hoje monumento que celebra heroísmo de voluntários nas enchentes históricas no RS

Publicada em 02/12/24 às 19:53h - 29 visualizações

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 Inaugurado hoje monumento que celebra heroísmo de voluntários nas enchentes históricas no RS
 (Foto: Lucas Vargas/ VR Filmes/ Divulgação)

O Instituto de Estudos Empresariais (IEE) vai inaugurar na segunda-feira (2) o Monumento aos Voluntários Anônimos, estrutura de 27 metros de comprimento e dois metros de altura que homenageia a coragem e o altruísmo dos indivíduos responsáveis por inúmeros resgates de vítimas das enchentes de maio deste ano no Rio Grande do Sul. O evento foi realizado a partir das 18h30min, no Parque Pontal, em Porto Alegre. A cerimônia contou com a presença do governador Eduardo Leite, do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, autoridades, representantes de entidades e da sociedade.

“Há 40 anos, o Instituto de Estudos Empresariais, o IEE, forma líderes que impactam em uma sociedade mais livre, baseada no indivíduo. A inauguração do monumento em homenagem aos voluntários anônimos representa a solidificação dos princípios que o IEE defende, demonstrando a coragem e a bravura de todos que atuaram na pior tragédia climática do Rio Grande do Sul”, afirma a presidente do IEE, Paola Coser Magnani.

A obra foi criada pelo artista goiano Siron Franco, renomado no país e no Exterior e que, além de sua reconhecida capacidade, foi escolhido para simbolizar a ajuda que os gaúchos receberam de fora do estado, seja com doações ou mesmo voluntários. Ele estará presente na cerimônia de inauguração.

O Monumento aos Voluntários Anônimos é formado por 30 perfis de homens e mulheres – com cerca de cem quilos cada uma – de mãos dadas, simbolizando o trabalho incansável dos civis que atuaram nas enchentes. O Pontal foi um dos principais pontos de resgate das vítimas das cheias. Escolhido pelos voluntários, serviu de apoio para os salvamentos, primeiros socorros e atendimento às vítimas.

O curador da iniciativa do monumento, Renato Malcon, empresário com extenso currículo na gestão de instituições culturais do estado e que foi um dos fundadores do instituto, em 1984, revela que o artista demonstrou grande entusiasmo quando foi convidado a criar a obra. Malcon destaca a relevância do extenso currículo de Siron Franco, a consistência de seu posicionamento como cidadão e os laços profundos com o estado.

“Há 50 anos realizei minhas primeiras exposições em Porto Alegre. Eu era muito jovem, e fui muito bem recebido por artistas mais velhos, como os mestres Ado Malagoli, Xico Stockinger e Vasco Prado. Com Iberê Camargo estive muitas vezes, ainda no Rio. Sempre tive muito carinho por essa terra, tendo participado de diversas exposições individuais e coletivas”,  relata Franco. 

Sobre as enchentes, ele conta que acompanhou as notícias que mostravam o sofrimento, as perdas e os salvamentos realizados pelas pessoas. “Os voluntários fizeram um trabalho realmente incrível e emocionante. É uma honra louvar essas pessoas que espontaneamente se envolveram nessas ações de resgate”, completa.

Espaço de reflexão

Localizado próximo da entrada do Pontal, o monumento tem a proposta de marcar o parque como um espaço de reflexão e agradecimento, onde as pessoas poderão se conectar com a história recente da cidade e com o legado que os voluntários deixaram, perpetuando a importância da solidariedade em momentos de calamidade. 

“Agradecemos ao IEE e nos sentimos imensamente honrados por poder ajudar a contar essa história de bravura e solidariedade do povo gaúcho”, ressalta Angelo Boff, diretor Corporativo da SVB, empresa proprietária do complexo do Pontal. “De braços dados, nosso povo emergiu das águas e resgatou um dos sentimentos mais belos da vida: a solidariedade. Graças ao esforço de todos, conseguimos sobreviver e nos reerguer, e hoje somos seres humanos melhores. Com a ajuda de milhares de voluntários espalhados por diversos cantos de nosso país e do mundo, fomos abraçados com carinho, e hoje agradecemos a todos por meio dessa homenagem”, finaliza.

Sobre Siron Franco

Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte, Siron Franco (nascido Gessiron Alves Franco, em Goiás Velho, Goiás, em 1947) tem uma produção artística de predominância pictórica, em que mescla, ora num vocabulário surrealista, ora com abstrações ainda passíveis de identificação alegórica, comentários críticos sobre problemas sociais e personagens da cultura pop e do cerrado goiano.

Em 1959, aos 12 anos, passou a frequentar como ouvinte as aulas do curso livre de artes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), onde permaneceu até 1964. Simultaneamente aos seus estudos informais, Siron executou diversos retratos e paisagens do cerrado para a elite de Goiânia, a fim de arcar com os custos do curso e auxiliar a vida doméstica, e investiu em uma figuração gráfica grotesca e criticamente caricatural.

Em 1968 foi contemplado com o Prêmio de Desenho da Bienal da Bahia, mudando-se no ano seguinte para São Paulo, onde residiu até 1971. Em 1974, recebeu o prêmio de melhor pintor nacional na 12ª Bienal Nacional de São Paulo. Participou também da 13ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1975, com 13 telas da série Fábulas do Horror. 

A série mais conhecida do artista, e que desencadeou uma mudança paradigmática em sua produção, é o conjunto de obras ligadas ao acidente radioativo do césio 137, em Goiânia, em setembro de 1987. Como resultado de seu estado de indignação pela demora no atendimento aos contaminados e na contenção dos danos causados pela radiação, o artista produziu telas, desenhos e esculturas em que há uma economia de elementos de fundo e um destaque às pontuais imagens que funcionam como alegorias à tragédia radioativa, principalmente o uso do amarelo fosforescente em menção à letalidade da substância e da terra retirada diretamente do entorno da cidade de Goiânia.

Após esse evento trágico, sua produção tomou um rumo de militância política. O artista passou a elaborar monumentos e ações poético-críticas, transitando desde os tópicos das violações aos direitos civis até os problemas ecológicos e o genocídio histórico das comunidades indígenas. 

Ainda que com predomínio da pintura em sua obra, a produção de Siron Franco tem uma variedade técnica e material bastante rica, coerente com seus temas, que seguem das crônicas do cotidiano à crítica às fissuras sociais, com enfoque considerável na contingência do entorno de Goiás, com sua população laboral e indígena.

Sobre o IEE

O IEE é uma instituição civil sem fins lucrativos ou compromissos político-partidários, fundada em Porto Alegre em 1984 e que organiza o Fórum da Liberdade anualmente. O Instituto tem como objetivo incentivar e preparar novas lideranças, com base nos conceitos de economia de mercado e livre iniciativa.

Uma das principais atribuições do IEE é a formação de lideranças com capacidade empreendedora. Nesse sentido, estimula o debate e a troca de experiências entre os seus associados para que desempenhem suas funções na sociedade de forma ética e planejada, com persistência e motivação para conquista do sucesso em suas áreas de atuação.



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