A Polícia Civil deflagrou a operação "Piratas do Agro", desmantelando um sofisticado esquema de falsificação e pirataria de sementes de milho e soja que atuava nos estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.
As investigações, que duraram dois anos, tiveram início a partir de denúncia de uma cooperativa sobre a venda de sementes falsificadas de
milho, resultando em perdas totais da safra para diversos agricultores.
Um grupo de empresários de São Luiz Gonzaga (RS), Santo Cristo (RS), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Barreiras (BA) era responsável pela falsificação, transformando grãos de baixa qualidade em sementes de alto rendimento, vendidas a preços exorbitantes.
O esquema envolvia a falsificação de embalagens e documentos em gráficas de São Paulo e Bahia, com a participação de empresas gráficas, escritórios de contabilidade e profissionais de computação gráfica, além de laranjas para ocultar as operações.
A organização criminosa movimentava milhões de reais anualmente, investindo parte dos lucros em bens de luxo, como carros e caminhões, e utilizando contas bancárias de parentes e empresas de fachada para lavar dinheiro.
A operação contou com a participação de 120 policiais civis e 15 agentes fiscais agropecuários, resultando em 41 mandados de busca e apreensão, 33 mandados de busca e apreensão de veículos e 18 bloqueios de contas bancárias.
Um dos líderes do esquema, morador de São Luiz Gonzaga, passou de pequeno comerciante a "barão das sementes" em poucos anos, demonstrando uma vida aparentemente modesta enquanto movimentava altas somas em suas contas e nas de seus familiares.