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Família envenenada com baião de dois: padrasto de mulher e homem mortos é preso suspeito do crime

Publicada em 09/01/25 às 17:15h - 31 visualizações

G1


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Família envenenada com baião de dois: padrasto de mulher e homem mortos é preso suspeito do crime
 (Foto: Elbert Ribeiro/TV Clube)

Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (8) suspeito de envenenar o baião de dois consumido por ele e mais oito pessoas de sua família no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, no Litoral do Piauí. Ele também tinha sido hospitalizado, mas já recebeu alta.

Quatro pessoas morreram:

  • Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco)

  • Francisca Maria da Silva, de 32 anos (enteada de Francisca)

  • Criança de 1 ano (filho de Francisca)

  • Criança de 3 anos (filha de Francisa)

Outra filha de Francisca, de 4 anos, continua internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

A Polícia Civil do Piauí (PCPI) vai realizar uma coletiva de imprensa às 10h desta quarta para explicar os motivos que levaram à prisão de Francisco. O caso é investigado como homicídio.

Ao chegar à delegacia após ser preso, Francisco foi abordado por jornalistas e disse estar “contando com a justiça de Deus”. Perguntado sobre qual produto usou na comida, respondeu: “Eu não sei, a polícia foi lá. Não tenho nada a dizer, não. A polícia vai saber”. Ele também falou para perguntarem à polícia quando o questionaram sobre o motivo do crime.

O baião de dois (arroz com feijão) foi envenenado com terbufós, segundo o Instituto de Medicina Legal (IML). Esse produto químico é altamente tóxico, usado em pesticidas e na composição do chumbinho. A venda dele é proibida no Brasil.

Ao ser consumido por humanos, o terbufós ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos. Ele causa tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas. Os efeitos aparecem pouco tempo depois da exposição ao veneno e podem deixar sequelas neurológicas e causar a morte.

Veja, abaixo, quem ingeriu o alimento:

  • Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco de Assis) - morto;

  • Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) - morto;

  • Lauane da Silva, de 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi) - morta;

  • Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi e irmã de Manoel) - morta;

  • Uma menina de quatro anos (filha de Francisca Maria e irmã de Lauane e Igno Davi) - internada em Teresina;

  • Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca; preso como suspeito) - recebeu alta;

  • Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) - recebeu alta;

  • Maria Jocilene da Silva, de 32 anos (vizinha) - recebeu alta;

  • Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) - recebeu alta.

Em agosto, dois meninos da mesma família, de 7 e 8 anos de idade, morreram depois de comerem cajus também envenenados. A polícia, no entanto, não vê relação com o envenenamento da última semana. Uma vizinha que tinha dado o caju para as crianças está presa por homicídio duplamente qualificado.

Montagem mostra Francisca Maria da Silva, a filha Lauane da Silva, o filho Igno Davi da Silva, e o irmão Manoel Leandro da Silva — Foto: Montagem/g1

Montagem mostra Francisca Maria da Silva, a filha Lauane da Silva, o filho Igno Davi da Silva, e o irmão Manoel Leandro da Silva — Foto: Montagem/g1

Veneno foi encontrado em arroz

O baião de dois tinha sido preparado pela própria família em 31 de dezembro, dia anterior às internações. Segundo o médico Antônio Nunes, diretor do IML, o veneno foi colocado em grande quantidade na comida. "Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis", comentou o médico.

A família também comeu um peixe que tinha sido doado na noite anterior. Inicialmente, houve uma suspeita de que ele pudesse estar estragado ou envenenado, mas a perícia afastou essa hipótese. O casal que deu o peixe à família não é considerado suspeito pela polícia.

Agora, a Polícia Civil investiga como o veneno chegou ao baião de dois. "É impossível ter ido parar lá sem intenção de alguém", comentou o delegado Abimael Silva.

Como foi a refeição em família

No dia 31 de dezembro de 2024, noite de réveillon, a família preparou uma ceia para comemorar a virada: carne, feijão tropeiro e baião de dois. Todos comeram e ninguém passou mal.

No dia seguinte, 1º de janeiro, eles comeram o que tinha sobrado junto com o peixe que tinha sido doado. Poucos minutos depois, começaram a sentir os efeitos do envenenamento.

Segundo o delegado, o veneno foi colocado no arroz no dia 1° de janeiro, porque a família comeu o mesmo prato, da mesma panela, na noite de réveillon.

"No dia 31, a família fez o baião de dois e consumiu, mas ninguém passou mal. Só depois do meio-dia do dia 1º começaram a sentir os efeitos", comentou o delegado.

Laudo confirma envenenamento em almoço de família no Piauí — Foto: Reprodução/TV Globo

Laudo confirma envenenamento em almoço de família no Piauí — Foto: Reprodução/TV Globo

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