Dez suspeitos de participação em roubos de carga de cigarro foram detidos, nesta quarta-feira, durante uma ação policial na Região Metropolitana. Os alvos, segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, integram uma quadrilha especializada em cometer este tipo de crime. A gangue seria liderada por um homem e uma mulher, irmãos, que estão entre os presos.
As diligências ocorreram em Cachoeirinha e Viamão, além de São Leopoldo, no Vale do Sinos. Foram 10 mandados de busca e 10 ordens de prisão preventiva, executados por 16 agentes da Delegacia de Repressão a Roubo e ao Furto de Cargas (DRFC).
Chamada Operação Rescaldo, a ofensiva acontece quase um ano após a Operação Mellarius, que teve como alvo o mesmo grupo criminoso. Desde 2023, o bando teria envolvimento em quase 40 assaltos a veículos de carga, que somam prejuízo superior a R$ 3 milhões.
De acordo com a investigação, alguns dos criminosos estavam infiltrados em empresas de transporte de cargas. Por outro lado, os gestores dos empreendimentos não tinham qualquer participação nos delitos e atuaram ao lado da PC através do fornecimento de provas.
O líder da quadrilha, por exemplo, guiava as caminhonetes de uma companhia do ramo. Já a irmã dele, além de administrar o pagamento ilícito dos comparsas, trabalhava em um grupo de gerenciamento de risco que prestava serviços para as empresas das vítimas. A suspeita é que ela tinha acesso privilegiado a informações sobre a rota e os métodos de segurança das cargas.
Maior quadrilha de roubos de carga no RS
Ao menos 20 pessoas participavam do esquema. Elas são investigados por roubos em Eldorado do Sul, Gravataí, Esteio, Viamão, Sapucaia do Sul, Canoas, Cachoeirinha, Porto Alegre, Taquara, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Guaíba, entre outras cidade gaúchos.
De acordo com o diretor da Divisão de Investigação do Deic, delegado Eibert Moreira Neto, esta é a maior quadrilha de roubos de carga no Rio Grande do Sul. Todos os suspeitos têm diversos antecedentes criminais, sendo parte deles ligados a uma facção com base no Vale do Sinos.
“A quadrilha é especializada em roubos de carga, mas também possui vínculos com outras organizações criminosas. Inclusive, vários dos investigados respondem por homicídio e tráfico”, afirmou o delegado Eibert Moreira.
Modus operandi
O Deic conseguiu desvendar o modo de atuação da quadrilha.
A ação criminosa tinha início com dois bandidos que, armados, guiavam uma caminhonete. O automóvel era roubado, com placas clonados.
Na sequência, a dupla se aproximava de um caminhão de carga e rendia o motorista. Ele então era obrigado a ir até um local ermo, onde o roubo era efetuado.
Na maior parte dos casos, os criminosos não entravam no veículo da vítima. Caso ingressassem ali, eles sempre utilizam luvas, casaco e máscaras.
Após o transbordo da carga diretamente para a caminhonete que tripulavam, os criminosos ordenavam o retorno do motorista ao veículo da empresa.
Houve vezes em que a vítima foi trancada dentro do baú do próprio caminhão.
O automóvel dos criminosos tinha três placas, inseridas uma por cima da outra. Os sinais eram trocados no decorrer da fuga, fazendo com que o veículo “sumisse” do radar da segurança após o roubo.
Além disse, os ladrões ainda revestiam o interior do carro com papel alumínio, na intenção de dificultar os mecanismos de rastreamento das cargas.
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